Com Agulhas

Eu gosto de escrever, de inventar uns diálogos loucos em jantares imaginários. Eu gosto de roupas, invento uns modelos e luto pra dar as luzes, partos difíceis esses, idéias. Gosto de comprar roupas e sapatos, futilidades não, estilo próprio; não sou uma fashion victim - a vida é demasiado curta pra rótulos e embalagens estragadas. Eu gosto de café, de canecas e de planos de casamento. Gosto de mim, contudo e com tudo.

Com Canetas

Eu tenho um dois à esquerda na idade, mas não acho que sou tão velha. Chamo minha gata de nenê e dou apelidos adoráveis ao meu namorado. Eu tricoto porque me acalma, produzindo, me agradam as cores das lãs. Eu amo porque não vivo no gris, amor vivo, amo pessoas e filmes e livros e bichos. Eu tenho o Heitor, já me basta de tanto amor. Eu adoro a língua francesa, adoro as idéias parisienses e as boinas e os cafés.

Percalços.

Tenho muita sorte, meu homem me ama e faz, sim, de tudo por mim.
Logo todos saberão, por enquanto é prudente me controlar. Mas uma coisa posso adiantar: Minha vida mudará muito, eu e minha família passaremos pelo encerramento de um ciclo e iniciaremos outro... Tudo indica que as coisas serão mais serenas agora.
Preciso muito de vocês, meus amigos de verdade. Bastante, espero que não seja um incômodo.
Agora a coisa é séria. Preciso falar com cada um de vocês, mas não há tanta pressa. Se tudo der certo, e dará, falarei com o Soft nessa semana. Preciso muito passar um tempo com ele...
Mas sobreviveremos :)
E eu continuo absurdamente viciada em Piaf!

Allez, venez, Milord!
Vous asseoir à ma table;
Il fait si froid, dehors,
Ici c'est confortable.
Laissez-vous faire, Milord
Et prenez bien vos aises,
Vos peines sur mon coeur
Et vos pieds sur une chaise
Je vous connais, Milord,
Vous n'm'avez jamais vue
Je ne suis qu'une fille du port,
Qu'une ombre de la rue...
Pourtant j'vous ai frôlé
Quand vous passiez hier,
Vous n'étiez pas peu fier,
Dame! Le ciel vous comblait:
Votre foulard de soie
Flottant sur vos épaules,
Vous aviez le beau rôle,
On aurait dit le roi...
Vous marchiez en vainqueur
Au bras d'une demoiselle
Mon Dieu!... Qu'elle était belle...
J'en ai froid dans le coeur...

Allez, venez, Milord!
Vous asseoir à ma table;
Il fait si froid, dehors,
Ici c'est confortable.
Laissez-vous faire, Milord,
Et prenez bien vos aises,
Vos peines sur mon coeur
Et vos pieds sur une chaise
Je vous connais, Milord,
Vous n'm'avez jamais vue
Je ne suis qu'une fille du port
Qu'une ombre de la rue...

Dire qu'il suffit parfois
Qu'il y ait un navire
Pour que tout se déchire
Quand le navire s'en va...
Il emmenait avec lui
La douce aux yeux si tendres
Qui n'a pas su comprendre
Qu'elle brisait votre vie
L'amour, ça fait pleurer
Comme quoi l'existence
Ça vous donne toutes les chances
Pour les reprendre après...

Allez, venez, Milord!
Vous avez l'air d'un môme!
Laissez-vous faire, Milord,
Venez dans mon royaume:
Je soigne les remords,
Je chante la romance,
Je chante les milords
Qui n'ont pas eu de chance!
Regardez-moi, Milord,
Vous n'm'avez jamais vue...
...Mais... vous pleurez, Milord?
Ça... j'l'aurais jamais cru!...

Eh ben, voyons, Milord!
Souriez-moi, Milord!
...Mieux qu' ça! Un petit effort...
Voilà, c'est ça!
Allez, riez, Milord!
Allez, chantez, Milord!
La-la-la...


Mais oui, dansez, Milord!
La-la-la... Bravo Milord!
La-la-la... Encore Milord!... La-la-la...

Ela traz a dimensão dramática de que eu preciso... Isso a Feist não cobre...

Amo-te, Heitor. Não posso te agradecer o suficiente!

Bad Days

Não importa quantos problemas eu tenha, quais as minhas piores decepções, quantos quilos eu não emagreci na dieta, quão péssimo foi o dia dos meus cabelos, se choveu e eu me resfriei, se fumantes sopraram a fumaça na minha cara, se eu estou de ressaca, se está calor e eu me queimei no sol, se o Heitor acabou de voltar pra São Carlos, se minha gata pegou pulgas, se eu estou na TPM, se eu perdi dinheiro, se eu tropecei e caí no meio da rua, se Murphy me perseguiu...
Nenhuma dessas coisas horríveis me importa. Sabem por quê? Porque eu chego em casa e escuto Feist.

^^

Fighting away the tears
Fighting away the tears
I've been holding on for years
Fighting away the tears

I woke up in the middle of the night
Dreaming I had you by my side
You saw my hair look like a bird's nest
I swear I'll make you forget all the rest

Then I saw that I was all alone
Your location, I did not know
It was a dream, nothing more, nothing less
I guess there's still a couple things I regret
That's why I'm

Fighting away the tears
Fighting away the tears
Holding on for years
Fighting away the tears

My tears fall like rain drops
The years passed like pills pop
Like smoke in my eye
Like pigs, they don't fly
Like Santa he don't care
My rainbow's gone nowhere
The sound of your voice
Replaced by white noise
I don't want time to erase
My memories of your face
That's why I keep on fighting
That's why I keep providing
Goosebumps in my song writing

Fighting away the tears
Fighting away the tears
Holding on for years
Fighting away the tears

Oh, don't you worry
I'll keep on fighting
I'll keep on calling your name in my dreams

In my dreams (in my dreams)
In my dreams (in my dreams)
In my dreams (in my dreams)

Fighting away the tears
Fighting away the tears
And I've been holding on for years
Fighting away the tears


Sorte...

Apesar de todos os pesares, clichês, o "Listen to Your Heart" do Victor ajudou bastante.

Eu tenho sorte. E como... Em uma noite inteiramente aleatória, depois de copos de vinho e língua roxa, eu encontrei a absurda personificação dos meus desejos e ideais. Já não tão romanticos, já mais pacientes e menos dramáticos, mas ele era a síntese do que eu precisava. Do que eu queria, sonhava, tanto.
E nosso relacionamento não se desenvolveu normalmente, longe disso, mas ele sempre é quem eu preciso. Ele mudou de acordo comigo.
Será que isso é amadurecer?
O que eu quero em um homem, hoje, é bem diferente daquilo que eu considerava ideal em agosto de 2004. E, é sabido, todos mudam. Mas é tão perfeito, ele e eu mudamos juntos... Apesar da falta de convivência física e de experiências diárias.
Nos amamos, no fim tudo se resume a isso.
Aprendi a ser paciente antes dele, aprendi a respeitar o outro antes dele. As coisas se encaixam tão perfeitamente, como se a minha vida inteira tivesse se moldado para esse encontro.
Bêbados, no Dark City.
Tenho certeza, tudo dará sempre certo para nós. Ele é a minha certeza. Ele me apóia.
Onde quer que ele esteja, por quanto tempo for, eu esperarei.
Afinal, fui feita para isso, para ele.

Crocs

Bem, na falta de paciência e disposição para falar sobre o Breve Romance de Sonho que foi a semana passada, falarei sobre os Crocs.

Vocês podem não ligar o inofensivo nome ao ridículo objeto, mas aí vai uma gloriosa foto do mais recente fiasco da moda.

Sério, esses sapatos de plástico podem ser leves, arejados, blablablas e tudo, mas eles não são estilosos!!! Quem disse isso estava realmente, absolutamente, absurdamente chapado... Ou com vontade de rir de ti pelas costas do aconselhado.
Não usem crocs para correr, não usem crocs para velejar, não usem crocs para nada!!! A não ser tomar banho, talvez, se tiverem medo de escorregar.

Principalmente: Nunca, em hipótese nenhuma, usem crocs para se casar. Essa moça deve ter se arrependido amargamente (ou vai se arrepender quando a bebedeira passar):

E essa mais ainda, afinal ela está com orelhinhas de Mickey na cabeça e se casa com um japonês...
Mas o pior ainda está por vir! Um líder mundial, o mais poderoso, também não tem noção do ridículo!!!


Mas nós não ficamos surpresos com isso...

Enfim, crocs são ridículos e eu não estou mais a fim de escrever... Uma imagem vale mais do que qualquer verborragia.

Édith Giovanna Gassion

Non!
Rien de rien...
Non !
Je ne regrette rien
Ni le bien
Qu’on m’a fait,
Ni le mal,
Tout ça m’est bien égal !
Non!
Rien de rien...
Non !

C’est payé,
Balayé,
Oublié,
Je me fous du passé !
Avec me souvenirs
J’ai allumé le feu,
Mes chagrins, mes plaisirs,
Je n’ai plus besoin d’eux !

Balayé les amours,
Avec leurs trémolos,
Balayés pour toujours
Je repars à zéro...

Non!
Rien de rien...
Non !
Je ne regrette rien
Ni le bien
Qu’on m’a fait,
Ni le mal,
Tout ça m’est bien égal !
Non!
Rien de rien...
Non !

Car ma vie,
Car mes joies,
Aujourd’hui,
Ça commence avec toi !



Acho que vou de Piaf :D

Screw you all...

Just that.

Meredith...

Acho que ela seria eu na ficção, com as cirurgias, a bebida e McDreamy...





É... Se eu estivesse triste com a perda do meu namorado para a esposa traidora, fosse interna em um hospital com uma Miranda Bailey como minha residente e tivesse uma mãe ausente com Alzheimer... Seria exatamente como Meredith Grey...





Guardadas as proporções, eu me reconheço nas suas auto-destruções.



Grey's Anatomy: A melhor McSérie do Mundo!!! Seriously!!!

Aff

Aff.

Simplesmente aff...

Aff msn, aff Dúnia, aff caras da NET,aff criança de oito anos que passou no vestibular pra Direito, aff distância, aff franja, aff dinheiro, aff pulgas, aff comida, aff Filipe, aff bolhas, aff barriga, aff Claro, aff roupas, aff quadris, aff bochachas, aff Ted.

Ufa, sinto-me renovada...

Explico-me...

Como ser original e único sem parecer pretensioso? O que define a criatividade e o que a separa da mais pura insanidade? Idéias surgem todos os dias, mas como traduzi-las para uma realidade mais imediata? Dar vida a pensamentos, pô-los em palavras, tecidos, cortes ou parágrafos... Esse questionamento é saudável. Mas me incomoda não conseguir fazer nada como desejava, idealmente os conceitos surgem... Entretanto, obviamente, muito se perde da sua essência no processo de fixação. Idéias lindas surgem a cada dia, eu as tenho o tempo todo... Aliás, acho que o cogitum estava errado. Ou pelo menos, leonina, eu não o formularia da forma cartesiana. Crio, logo existo. Pensar, todo mundo pensa. Mas aquela coisa, mínima fração de segundo, em que se cria alguma coisa: Eis seu milagre.
Todas essas baboseiras surgem depois do dia em que eu decidi algo. Simplesmente odeio a faculdade de Letras. Adoro os livros, as palavras, a literatura me preenche as horas deliciosamente. Mas isso é um hobby. Depois da primeira aula de pedagogia, todas as minhas ilusões quanto a ser professora e mudar o mundo acabaram. Ser pesquisadora, então, se tornou a alternativa viável: Dra. Iarima, professora da faculdade, dedicando minha vida profissional aos alfarrábios. Minha vaidade e meu ego se satisfaziam naquele curso medíocre, todos os professores me adoravam, eu tirava notas altíssimas, a melhor da turma.
Mas aquela vozinha insatisfeita crescia dentro da minha cabeça – e eu não sou clinicamente esquizofrênica!
Não havia desafios e havia, e como, desafetos. Pensei que a solução seria trocar de curso, mas continuar na área de literatura... Porque, sabem, eu amo escrever. Só que eu fui me entediando, entediando, entediando. No que eu estava pensando? Não posso viver sem ser criativa! Um mundo de livros seria fascinante, conceitualmente, mas chato fazer só isso pelo resto da minha vida! Eu preciso de cores, preciso de texturas e assimetrias! Aonde eu encontraria assimetrias na Letras?
Foi então que pensei muito e que, por que não, resolvi desenterrar as minhas esperanças infantis. O que eu queria fazer, quem queria ser, no que me queria transformar... Antes das imposições, do valor do dinheiro, das dificuldades de família de classe média. Eu queria ser estilista. Adorava revistas de moda, tecidos, linhas, brincava de costurar na máquina velha da minha avó. Fazia moldes, desenhava sapatos e chapéus, e depois pintava tudo com cores misturadas.
Se a menina é mãe da mulher, por que não ouvir a alguém mais velho do que eu? Porque fui criança antes de me tornar quem sou. Eu já era eu, sem dúvida, mas mais natural. Se eu desejava tão ardentemente isso, então devia estar certa.
Estou decidida, agora. É ridículo, mas vou admitir: Estava preocupada com a reação das pessoas ao começar a contar dos planos estilistas. Mas as reações foram as melhores, na verdade todos – os que importam – apoiaram. Ainda não contei pra muita gente, mas todos os cientes reagiram lindamente.
Feliz, sinto-me quase realizada.
No fim das contas, o que eu quero é criar. Palavras ou roupas: Conceitos. É tudo muito parecido, quando crio uma personagem, por exemplo, as roupas vêm com ela. E eu desenho as roupas, pinto-as e penso nos cabelos. Inclusive, que óbvio, uma das minhas partes favoritas na Letras era a Estilística. A beleza das palavras em um texto literário. Beleza.
Nunca saberei o que separa o sublime e original do berrante e escandaloso. Terei que seguir os meus instintos. Mas, caro Victor, sou sem noção o suficiente para ter um ponto de vista na moda. E isso é fundamental.

Futuro

Quero ser ousada, original, marcante, inovadora, atemporal, lançadora de tendências, requintada, impecável, proporcionalmente desproporcional, levemente caótica...

Mudarei de profissão.

Serei estilista.