Com Agulhas

Eu gosto de escrever, de inventar uns diálogos loucos em jantares imaginários. Eu gosto de roupas, invento uns modelos e luto pra dar as luzes, partos difíceis esses, idéias. Gosto de comprar roupas e sapatos, futilidades não, estilo próprio; não sou uma fashion victim - a vida é demasiado curta pra rótulos e embalagens estragadas. Eu gosto de café, de canecas e de planos de casamento. Gosto de mim, contudo e com tudo.

Com Canetas

Eu tenho um dois à esquerda na idade, mas não acho que sou tão velha. Chamo minha gata de nenê e dou apelidos adoráveis ao meu namorado. Eu tricoto porque me acalma, produzindo, me agradam as cores das lãs. Eu amo porque não vivo no gris, amor vivo, amo pessoas e filmes e livros e bichos. Eu tenho o Heitor, já me basta de tanto amor. Eu adoro a língua francesa, adoro as idéias parisienses e as boinas e os cafés.

Mô Bom

Oi gente :D

Peço desculpas por não ter atualizado muito o blog, como vocês sabem o Heitor está em Pelotas. Dada a raridade desse evento, voltarei às postagens quase diárias no domingo...

De qualquer forma, se interessa a vocês, estou me divertindo bastante. Não só por causa do meu homem, mas porque o mundo louco tem ajudado também.

Por exemplo: estávamos saindo da locadora na segunda-feira, corados e sorridentes, quando dois homens passam por nós. Um deles fala "Vou tacar fogo na minha casa com toda a família dentro! Minha mulher e os quatro filhos. Só pra me livrar daquele Satanás." amedrontados, nós dois rimos bastante... Aquele homem estava seriamente embriagado... Na frente do Teatro Guarany, ele continua na nossa frente... Quando grita "O mô bom!"... Foi um máximo...

Pra entender, vai o vídeo...



Tenho muitas outras coisas legais pra dizer, como parte do resgate da minha auto-estima fragmentada, conseguido através de uma simples saia balonê.

Contarei mais tarde. Ando meio ocupada ^^

Beijos e bom resto de semana!

C’est lui que Mon Coeur a Choisi

Je me rappelle plus comment on s’était rencontrés
Je ne sais plus si c’est lui qui a parlé le premier
Ou bien si c’était moi qu’avais fait les avances
Ça n’a pas d’importance
Tout ce que je veux me rappeler:

C’est lui que mon coeur a choisi
Et quand y me tient contre lui
Dans ses yeux caressants
Je vois le ciel qui fout le camp
C’est beau c’est épatant
Il a pas besoin de parler
Il a qu’à me regarder
Et je suis à sa merci
Je ne peux rien contre lui
Car mon coeur l’a choisi

Je ne sais pas s’il est riche ou s’il a des défauts,
Mais de l’aimer comme je l’aime, un homme est toujours beau.
Et quand on va danser, qu’il pose sur mes hanches
Ses belles mains si blanches,
Ça me fait froid dans le dos.

Je sais pas ce qui m’arrivera, si ça durera longtemps,
Mais je me fiche du plus tard, je veux penser qu’au présent.
En tout cas il m’a dit qu’il m’aimerait toute la vie
Ce que la vie sera jolie
Si il m’aime… pour tout le temps!


C’est lui que mon coeur a choisi
Et quand y me tient contre lui
Dans ses yeux caressants
Je vois le ciel qui fout le camp
C’est beau c’est épatant
Il a pas besoin de parler
Il a qu’à me regarder
Et je suis à sa merci
Je ne peux rien contre lui
Car mon coeur l’a choisi


^^

Dias Felizes :D

Ele chegou e os dias são tão felizes que não temos tempo nem pra tirar fotos :)

Mas amanhã encaro a realidade do concurso pra Prefeitura de Pelotas...

Desejem-me sorte, eu vou precisar.

Bom domingo pra todo mundo!!!

PS: O Léo é foda e o Perea desencantou \o/

Amanhã

Oi gente :)

Antes de tudo: O Anderson fez gol na final da UEFA Champions League - tudo bem que foi na disputa de pênaltis... Mas isso foi legal!!! Mas o absurdo, não a vitória do Manchester (já esperada aqui em casa), foi o jeito que ela se apresentou pra mim. Assisti todo o tempo regulamentar e a prorrogação em casa. Um pouco antes da cobrança dos pênaltis, fui na S.M. (loja de cosméticos) comprar esmalte e hidratante (contar ansiosamente os dias resseca a pele). Lá, perdida nas dúvidas clássicas de "Que cor escolher?", percebi que o jogo estava sendo transmitido na TV do caixa. Então, nos pusemos a torcer - o dono da loja, a atendente do caixa e eu. Naqueles 5 minutos nós rimos, vibramos e fizemos "uuuuuhhh" na cobrança do badalado Cristiano Ronaldo - defendida pelo brilhante goleiro Peter Cech. Torcemos pro Anderson (querido ex-Grêmio, um dos heróicos participantes da Batalha dos Aflitos) converter sua cobrança e comemoramos quando o (maldito pra nós - quem lembra da final do Mundial contra o Ajax em 1995???) igualmente brilhante Van der Saar defendeu a cobrança de Nicolas Anelka, encerrando a disputa e garantindo o título de campeão da Europa aos reds... Sei que é inútil falar de futebol, mas foi tão divertido falar com gremistas que eu não conhecia.

^^

Mudando de assunto... Olha quem voltou!!!



\o/

Mudando de assunto de novo, nesse post inútil, é...

Amanhã!
Será um lindo dia
Da mais louca alegria
Que se possa imaginar
Amanhã!
Redobrada a força
Prá cima que não cessa
Há de vingar
Amanhã!
Mais nenhum mistério
Acima do ilusório
O astro rei vai brilhar
Amanhã!
A luminosidade
Alheia a qualquer vontade
Há de imperar!
Há de imperar!

Amanhã!
Está toda a esperança
Por menor que pareça
Existe e é prá vicejar
Amanhã!
Apesar de hoje
Será a estrada que surge
Prá se trilhar
Amanhã!
Mesmo que uns não queiram
Será de outros que esperam
Ver o dia raiar
Amanhã!
Ódios aplacados
Temores abrandados
Será pleno!
Será pleno!



Estou a esperar-te, amado.

Pros eventuais leitores, um bom feriadão e beijos :DD

Romanticices

Pois eu não tenho muito a dizer, além de que eu comprei um elástico/cinto e hoje fez calor.

Também comprei a Manquim nova, vou implorar pra mamãe me ajudar a fazer um maxicolete e uma saia de lã fininha!!!

Tudo meio acizentado e xadrez!!!

Também preciso de um cinto fininho pro inverno, mas esse eu quererei vermelho. Pra quebrar os looks monocromáticos ^^

E mamãe far-me-á polainas quentinhas e estilosas...

E vou aprender, de fato, os tricôs da vida depois do concurso.

Agora, já que faltam só 2 dias, preciso ser bobinha e mostrar minha vida cor-de-rosa.

Hoje, diferente de ontem...

...eu falei com a Cristine de verdade.

E estou muuuuuuuuito ansiosa pela nossa amizade "nova".

Prometo que escreverei um texto daqueles pra ti, mas preciso de muuuuuita inspiração :)

Faltam só 3 dias pro Heitor chegar, e eu sei que vai ser perfeito ^^

Quatro Dias...

Enquanto faltam só 4 dias, eu entro em parafuso e começo a pensar bobagens...




Your Inner European is French!



Smart and sophisticated.

You have the best of everything - at least, *you* think so.

Log dos 5 dias Faltantes

Heitor diz:

:)

Heitor diz:

falta pouco

Heitor diz:

e vai ser perfeito

Heitor diz:

tó?

Iarima diz:



Iarima diz:

:)

Heitor diz:

to morrendo de saudades..

Iarima diz:

eu também to morrendo de saudades

Faltam só cinco dias agora!!!

Dá pra contar em uma mão!!!

Ai, um dia desses eu morro de saudades...

Porque eu Tenho um Arima!

E só faltam seis dias pra ele voltar!!!

Oh yeah, o Moisés me deixou com a série quase completa dos mangás Karekano e eu estou absolutamente viciada >.<

Sim, me identifico com a Miyasawa e o Heitor é, guardadas as proporções, como o Arima. E eu sou tão feliz por tê-lo!!!

Meu estado de espírito é como o dela :)

[Pelo menos por enquanto, estou no 8]

Que bobagem, eu nunca me achei do tipo otaku... Acho que é só com Karekano mesmo :D

Mas como não gostar???

Até perdi a fome hoje ^^

Post inútil, mas era falar brevemente sobre os mangás ou sobre a sessão ervilhas.

oO

Serão mais 5 posts sobre amenidades, porque a única coisa que realmente importa nesses dias imensos é que eu vou ser uma menininha bobinha logo logo. Pode parecer dependente e submisso, mas o Heitor é o meu chão. E eu só sei amar assim, sendo uma mulher feminina e coisas que eu não conhecia antes de ti...

Arima...

Outra coisa: adoro os box da Tsuda ^^

Que coisas...

Uma semana mais, acho que agüento...

Então o Moisés vai pra Curitiba, eu fico sem dinheiro e falta só uma semana... Vejo a Camila, a Tanize...

Ai, parece que eu vou explodir de tanta gordura e culpa pelas obesidades. Sinto-me insegura, cada dia mais, quanto ao meu peso, minha barriga e meus quadris imensos.

Nada parece mudar isso, e eu estou tão cansada de dietas...

Pelo menos faltam só 7 dias pro Heitor chegar... E ele sempre me faz sentir bonita, feliz e amada.

Ai, que saco de post.

Cinco Anos

Hoje os dias faltantes são 8.

Hoje cinco anos se completam desde que o Victor e eu nos tornamos realmente próximos. Estivemos juntos durante pouco mais de 7 meses, mas como essa experiência mudou a minha vida! E como não posso imaginá-la sem as lembranças desse amigo insubstituível...

Victor Tortelli Albaini, um dos nomes mais imponentes que já li... Mal sei o que dizer hoje, só posso falar de crescimento. Aprendi, como já disse, a ser paciente, a respeitar mais a individualidade das pessoas, a tentar relevar e não sufocar. Aprendi que se ama mesmo de longe, sem grandes efusões e emoções operáticas.

Hoje, apesar de ter ficado muito brava e triste naquela época, me sinto muito grata por todos os nossos problemas, as nossas brigas. Porque eu amadureci com tudo aquilo, tivemos uma experiência meio surreal com toda aquela tensão.

Mudei, mudamos. Mas quais sõ as diferenças... Isso é tudo meio difícil de procurar. Me acho menos intransigente, menos preconceituosa - mas nisso o Heitor prevaleceu -, menos pretenciosa, menos barulhenta. Porque menos é mais, acredito.

Menos só não é mais em divertimentos, aprendizado, amizade, amor, lembranças boas. Falando em lembranças, Veguedoarm, tenho 2 pra ti. Das que eu guardo com mais carinho e que me trazem alegria sempre:

A primeira foi no dia em que nos reunimos na tua casa pra discutir sobre o grupo de teatro... Lembra? O dia da miojo... Mas o marcante, mesmo, foi a guerra de almofadas. Ainda escreverei sobre aquele momento, sobre aquelas pessoas que eu tanto amava. Um dos dias mais espontâneos que já vivi, certamente.

A segunda foi quando nós, já namorados, assistimos a "Panteras - Detonando" no cinema... Mais tarde tinha uma apresentação de dança da Bruna e ficamos no centro a tarde toda, um cara veio nos oferecer rosas e no fim estava quase as dando, lembra? Aquela é a memória do nosso relacionamento que eu mais gosto...

Enfim...

Agora eu consigo ver todos os meus erros e defeitos de então... E me amo mais agora, sendo um pouco menos leonina - acho. Sou menos insegura e consigo, finalmente, amar sem dominar. Sou mais sutil, ao menos...

Amo-te, Victor, um dos meus mais queridos amigos. Hoje e há 5 anos. Mas diferente, diferente a cada dia.

Aujourd'hui

Hoje, faltando nove dias, eu recebi uma carta que demorou pra chegar...

Fui passear no centro, estava com muita fome, e revi o único colega de quem eu realmente gostava na faculdade... Nós nos reconhecemos no meio do redemoinho, mas não paramos... Nos viramos, demos oi e sorrimos. E eu quis parar, contar coisas inúteis, saber dele.

Mas a gente sempre tem outras coisas pra fazer, talvez nunca tão essenciais quanto parar pra fazer - ou refazer - um amigo.

Dobrei uma esquina logo depois de vê-lo, turbilhão, e não pude parar de pensar nas minhas mudanças nesses quase dois anos que não o via. Senti falta da faculdade que eu poderia ter levado mais a sério, senti falta de ter conversado mais com alguns colegas. Mas não me arrependo das escolhas que eu fiz.

Sei que ele passou em um concurso bem difícil, provavelmente está em Pelotas de passagem... Sei que ele é adventista, que tem uma namorada há tanto tempo quanto eu tenho o Heitor, que ele é virginiano e que não queria resolver os problemas da educação. Fomos parte do seleto grupo que não entrou em exame em Sintaxe I (nós e mais três esquecidos), discutimos sobre política e fizemos trabalhos sobre ideologia na sala de aula juntos.

E eu cortei o cabelo, resolvi fazer Moda e estou prestes a fazer um concurso.

Estou em meio ao discurso do Riobaldo, vejo Diadorim através dos seus olhos de jagunço e, sim, viver é algo muito perigoso.

Reencontro uma velha amiga perdida, revejo um amigo que ficou dois anos longe, perco contato com uns pra reatar depois.

Amo (tanto, tanto!) o mesmo homem, tenho as mesmas sardas.

Mas nesses dias de ausência, Clarman, o que mais terá continuado? Talvez tudo o que importa.

Travessia.

Dias

Argh, eu ando meio entediada. Como se meus dias fossem parecidos de mais entre si, apesar das diferenças e tudo mais.

Tenho séries para assistir, jogos e alguns filmes. Assim, esperando pelo próximo episódio de Pushing Daisies, revendo algo da sexta temporada de Gilmore Girls (fase horrível de brigas entre a Lorelai e a Rory), campeonato brasileiro começando e a UEFA Champions League terminando, eu conto os dias pra vida de verdade. Não, não vida de verdade, mas vida que eu amo. A vida que eu desejo para sempre, horas felizes ao lado do homem a quem eu pertenço.

Faltam dez dias pra ele chegar. Dez dias de espera pelos beijos, pelos abraços e pelo sexo (aham, eu não sou assexuada). É cansativo isso tudo, esse tempo de nada mais nada. Eu sinto tanta falta dele que as coisas parecem meio anestesiadas quando ele está a quilômetros de distância. Mas eu tenho muita sorte... Acho que a maior parte das pessoas gostaria de ter o que temos...

De qualquer forma, resolvi contar dias pra outras coisas também...

Faltam 2 dias pro meu encontro maldoso com o Soft... Isso vai ser realmente importante, estou com saudades dele ^^

Faltam 4 dias até eu descobrir se a minha irmã está bem mesmo...

Faltam 30 dias pro Dia dos Namorados.

Faltam 36 dias pro aniversário de 16 anos do meu irmão oO e pra Brasil x Argentina \o/

Faltam 80 dias pro meu aniversário de 21 anos.

Faltam 100 dias pro meu relacionamento quase perfeito fazer 4 anos (quase porque a USP não ajuda :P).

Faltam 118 dias pro meu namorado virginiano completar 21 anos.

Faltam 226 dias pro Natal...

E eu adoraria poder tê-le nessas férias de verão. Mas se for melhor ele não estar aqui, apoiarei.

Porque é o que as mulheres fazem...

Nós esperamos.

Perdida

Amélia, que nomezinho bem ingrato!, pensava Amélia instantes antes de perceber a tragédia do sábado. Estava no supermercado com a filha pequena, Cecília. Abismada pelo preço do feijão e irritada com as manhas da filha, Amélia considerou a origem de seu submisso nome e largou a mão da pequena Cecília.

Não mais do que o pulsar de seus corações, não mais do que suas respirações. Amélia se distraiu.

“Lili, tu...” horror e voz esganiçada “Cecília!”. Olhos castanhos imensos, boca desfigurada. Cecília sumira.

Dores de mãe, Amélia se desesperou. Será que estou sendo punida? De um jeito irônico e sei lá... “Cecília!” Porque eu não te queria, queria que tu morresses dentro de mim, me perguntava... Meu útero, como eu desejei a expulsão daquele feto! Quinze anos, a melhor da turma, precoce. Precocemente de pernas abertas, trancada no quarto. Precocemente fazendo sexo quatro vezes por semana com o namorado mais velho. Até o dia da ovulação, mas eu nem sabia! E ele sempre tirava antes... Menos naquele dia “Cecília! Cecília!”. E tu te fizeste dentro de mim e eu te odiei! Mas minha mãe te amou, “Lili!” e te deu apelido, te deu comida, fez carinho e me fez não te dar pra outra pessoa amar. Mas eu sofri, chorei e perdi. Perdi o namorado, o ano e o prestígio. Apanhei do meu pai, tanto e tanto, e tu não morreste. Maldita “Cecília!” , eu engordei tanto! Pés inchados, choro, bexiga cheia. E eu não resolvi gostar de ti. Mas eras minha filha, então... Obrigada a te amar, mãe seria. De novo, pernas abertas e dilatação, tua cabeça passou. Depois o corpo. No meu colo, sangrenta, tomaste a gordura dos meus seios. E eu não te amei quando te vi. “Cecília!” Eu não consegui me apaixonar! Mas minha mãe continuou forte, cuidou de ti. De nós. E eu te amamentei, te troquei as fraldas, e tu me chamaste de “mãe”. Ainda assim, “Lili!” eu estava distraída. Deprimida. Mas já não te odiava, “Cecília!” não te queria pelas costas. Muito quero que entendas, “Minha filha sumiu, ela tem cinco anos...” eu imaginava ser mãe de outro jeito, mais velha e casada. Não estava pronta, aos dezesseis anos, para parir! E eu cuidei de ti, sim. Sempre, meu dever! Arranjei emprego, te alimentei, te vesti, te eduquei. Minha mãe ajudou muito “Estávamos no corredor do feijão, e ela sumiu!” , mas sempre deixei claro, “Cecília!” eu sou a mãe. Deus, nunca te bati, nem perto! Sempre quieta, obediente e carinhosa. Sou eu quem não gosta de abraços e beijos babados. Não me deste motivos para irritações, “Ela é pequenina, magrinha, tem cabelo castanho...” e eu aprendi “Está com o uniforme da escolinha, é azul claro.” A conviver contigo e pensar por nós duas. Apesar da minha falta de entusiasmo, “Cecília!” eras minha filha e eu gostava de ti. Te protegi, fiz chocolate-quente... Minhas maiores raivas “Cabelo castanho, preso...” foram quando te associei à minha gordura... “O nome dela é Cecília, ou pode chamá-la de Lili.” E meus desejos assassinos, que mãe não os tem?, se limitaram a fantasias. Não quis te matar mais do que quis arrancar minha barriga... Nunca te jogaria pela janela, “Cecília!” assim como nunca pegaria uma faca para cortar meus culotes fora. Contive meus ímpetos destrutivos “Lili!” com uma tela de proteção nas janelas e uma cinta modeladora na cintura. Ah, que péssima mãe! Eu te comparo com o meu excesso de peso! E agora, Lili? Te perdi... Como é que eu vou voltar pra casa? Comprei chocolate e frango, amanhã eu ia fazer strogonoff e mousse de chocolate... Eu sei “Lili!” que não te amei tanto quanto deveria, minha filha! Mas não poderia te deixar ficar perdida por aí. Ah, é mesmo! E se eu nunca mais te achar? E se alguém te roubou? Não poderia viver com a culpa... E se te maltratam? E se te matam? “Cecília!” Não posso pensar nisso “Cadê a minha filha?” Seria uma punição...sei lá...cármica? Ai, onde está a Cecília?

Atordoada, respirava fragmentos. Sentia dores, sentia frio. O ar estava denso, era difícil de caminhar. Amélia se movimentava descontrolada, corria, voltava. Sem perceber, pobre menina, lágrimas corriam pelo rosto redondo e afogueado. Até que, no corredor dos chocolates, a pequena figura familiar se desenhou. “Ma p’tite!” uma voz rouca se fez ouvir nos corredores aflitos. Amélia se lançou em direção da fantasminha.

“Mamãe, posso levar esse chocolate?”

Foi o que a pequena pôde balbuciar antes de perder o fôlego. Amélia abraçou Cecília, embalou-a e cantarolou. Chorou ao ralhar com a menina, mas as repreensões eram tão doces que não enganariam ninguém. Encheu de beijos os cabelos, o rosto e os ombros da filha. Olhou bem para ela, a filha sorria.

Tomou-a nos braços e carregou-a no colo, pela primeira vez, como a mãe que acabara de se tornar.

Ele e Ela

No meio de toda aquela gente estava ela. Parecia impaciente, espichando o bonito pescoço e arregalando os olhos verdes para o início da rua. Mordia a boca rosada, na ponta dos pés se angustiava. Será que ele viria mesmo? Será que demoraria muito? Ela tinha comprado aquela saia, a verde-roxa, mas agora já não tinha mais tanta certeza sobre sua beleza. Quando chegaria o maldito ônibus?

Com borboletas no estômago, ele se equilibrava. O ônibus dançava, seus pensamentos não paravam. Estava considerando tudo, ponderando as palavras. Como dizer para ela? Quando pensava nela não conseguia controlar a expressão do seu rosto: sorria, ruguinhas nos olhos. E pensava muito nela, nos olhos verdes, nas sardinhas, nas mãos... Ela o fazia feliz, tornava seus dias mais coloridos. Mas havia outras coisas que ele...

Ela engasgou ante a visão do ônibus azul-verde. Olhou para o relógio, ele tinha de estar ali! Seus olhos grandes procuraram, vasculharam, voaram para dentro daquelas janelas. Sorriu, no meio daquelas pessoas enxergou os olhos castanhos e os cabelos escuros dele.

...precisava dizer a ela. O coração deu um pulo – ou o ônibus passou por um buraco na estrada - , no meio de todas as elas e os eles do ponto de ônibus, ele avistou os cabelos cor-de-cenoura e a bolsa-de-LP dela. Ela o esperava na ponta dos pés. Pôde v^-la a sorrir com os lábios e os olhos. Ele sentiu o corpo todo sorrir.

Ele desceria logo, ai... Gostaria de vê-la, de tocá-la? Ela e seus medos de estar feia e gorda foram levados por suas pernas bonitas para perto da porta.

Como poderia contar para ela, traduzir seus sentimentos para ela? A bonita ruivinha caminhava em direção à porta, ai como era bom vê-la assim, chegando perto!

Gentes desceram do veículo, gentes subiram no veículo. Mas ele e ela ficaram, extáticos, no meio de todo o mundo. Ainda bem que hoje não choveu, ela pensou ao pegar-lhe a mão. Como falar para ela e não parecer um bobalhão?, ele pensou ao chegar pertinho dos cabelos compridos dela.. Ah, como ela cheirava bem!

De mãos dadas no meio da cidade, sol claro de duas da tarde, o calor que os dois sentiam conflitava com o frio nos seus estômagos. Felizes, muito felizes. Eles viam as cores, sentiam os perfumes e a pressão das mãos. Mãos dadas.

“Então, a gente vai fazer o piquenique amanhã?” ela perguntou, ansiosa por marcar algum outro encontro logo. Se viam tão pouco, ela achava!

“Vamos, sim. Tua mãe deixou?” ele respondeu e perguntou, feliz por poder vê-la de novo tão rápido...

“Deixou. Ela gosta de ti.”

Os dois sorriram.

Ela ajeitou a saia e os cabelos com a mão livre, tomara que ele não esteja entediado.

“Essa saia ficou bem em ti. Estás bonita!” enrubesceu ele.

“Obrigada...” ela sorriu. Nada mais podia incomodar... Queria tanto que ele a achasse bonita! E ele a achara bonita! Ela se sentiu tão bem, saltitou levemente.

Ele riu a essa manifestação tão espontânea. Adorava isso nela. Apesar de ter certos receios quanto a impulsos e decisões abruptas, ela era tão encantadoramente intensa e imprevisível!

Ela se arrependeu daquele impulso por um segundo, ele vai me achar louca! Mas viu seu sorriso e se acalmou. Segurou a mão dele com mais força e dançou por dentro.

Caminhavam na cidade e viam as coisas. Falavam dos filmes e das aulas, dos cachorros e dos gatos. Não se viam desde segunda-feira: ela lera bastante naquele período e lhe escrevera várias cartas (jamais entregues); ele tivera aulas pela manhã e pela tarde, dormira no início de filmes e pensara muito nela. Ainda bem, as férias chegariam logo!

Ele queria contar pra ela como se sentia, precisava! Mas como?

Os dois, de mãos dadas, felizes e jovens.

Ele olhou para ela e percebeu uma mudança: seus cabelos pareciam menos brilhosos e seus olhos estavam mais cinzas do que verdes.

Ela estremeceu, não de emoção... Foi de frio mesmo.

Sem entender, ele olhou pro céu. Ela percebeu o sumiço das sombras deles do chão. O céu estava cinza, nuvens carregadas. Vento frio e intenso. Pingos cortantes atingiram o olho dela e, naturalmente, todos começaram a correr, procurar abrigo da tempestade próxima. Levemente assustados pelo bramido dos trovões, pelo súbito breu do céu e peso das nuvens, os dois também correram, mãos muito grudadas. Clarões de relâmpagos, pingos grossos, os dois sob o toldo de uma padaria.

Ele olhou para ela, ela ria e cruzava os braços. Ele gargalhou também enquanto ela comentou.

“Até parece que todo mundo é feito de açúcar... Fugindo da água desse jeito!”

Ele chegou mais perto dela para dar passagem a alguém quando, com o clarão de um relâmpago e o apito do interfone de um prédio próximo, finalmente soube o que sentia e como dizer.

Ela o observava, ele estava esquisito.

“O que houve? Pode me contar...”

“Tá, posso tentar... Todas as gotas dessa chuva, todas as pedrinhas no chão, todas as folhas que caem e nascem nas árvores todo dia... Tudo isso e todas as coisas do mundo são o quanto eu gosto de ti...”

“Hã?” sardinhas fulgurantes na pele pálida.

“Sabe, uma vez eu ouvi uma música... e não consigo lembrar de quem era, mas tem um pedaço da letra que ‘tá na minha cabeça...acho que é uma mulher quem canta, a música fala de pássaros...”

“Pássaros?” ela perguntou, intrigada pelo rumo das considerações dele.

“É, ela fala que os pássaros voam alto e podem cagar na tua cabeça e te assustam quando voam baixo, ou algo assim...”

“Hã? Do que estás falando?” ela perguntou, sobrancelhas de til.

“De ti.”

“O quê?”

“Bem, é assim com a chuva também. Tipo, ela vem do nada. O tempo escurece, o calor vai embora, começa a pingar e todo mundo sai correndo. Tem os relâmpagos, os trovões. A gente fica assustado, pode até ter medo ou ficar doente depois. Mas aí a gente pára e olha pro céu meio esverdeado, sente o cheiro da terra molhada e percebe como ela é bonita. É isso que eu sinto por ti.”

“O quê?” suas sardas sobre o rosto vermelho.

“Como na música, os pássaros assustam, mas quando tu olhas pra eles e vês como eles são lindos... É isso que eu sinto por ti.”

Ele respirou e ela sorriu.

“Eu queria dizer... Eu gosto de ti.”

O coração dela bateu tão forte que, para disfarçar, ela fez uma piada sem graça.

“Obrigada” chegou bem perto dele, rosada como um morango “Eu também gosto de ti.”.

Essência das essências foi o beijo deles.



[Para ler ouvindo "Birds", da Kate Nash]

Balaio

Apesar da absurda vontade de dormir, forçar-me-ei a postar sobre o feriado.

Primeiro: Minha prima e melhor amiga, Dúnia, veio pra cá. Não a via desde janeiro e foi uma ótima visita. Comemos demais (culpa da minha mãe), tivemos asia (culpa da minha mãe) e enjôos (já dá pra ver de quem foi a culpa, não?). Conversamos e conversamos, breves momentos em que se encerram nossas vidas absurdamente normais.

Depois: O Moisés resolveu ter chiliques. No comments on that one.

Ainda: O Heitor ficou sozinho em São Carlos, logo ele teve computador pra manter contato com a saudosa namorada ^^ E só faltam dezessete dias agora \o/

Mais tarde: Apesar dos acessos de narcolepsia da minha amada priminha e suas preguiças chuvosas, fui na VIP - locadora de DVDs - e peguei "La Môme". Queria falar sobre esse filme, sobre o filme desse período da minha vida, mas não consigo encontrar forças. Mas quem me conhece sabe, eu tenho me tornado absurdamente obsecada por Édith Piaf e tudo que a envolve. Naturalmente, a interpretação de Marion Cotillard entra no hall das minhas "ai que invejas" e se fixa na minha pobre cabecinha. Ouço as músicas e não posso entender a conexão que sinto, mas sinto. E choro com "Hymne à L'amour" na parte triste. Ponho-me em seu lugar e teria, de fato, enlouquecido. Mas sobre o filme, a fotografia, a trilha sonora, a maquiagem, as referências... Mon Dieu, não posso falar sobre isso tudo ainda. Copiei o filme e convido: Quem quiser assistir comigo é bem-vindo!
Mas sobre uma cena, devo falar: Quando, pela primeira vez desde a retomada da carreira ela canta... Depois de ter sofrido nas mãos de Raymond Asso... Uma das cenas mais bonitas que já tive o prazer de ver. Grandiosa, eu senti.


Hoje, quando fomos entregar "La Môme", depois dos stresses da pirateação, chegamos à querida locadora para descobrir uma promoção de feriado: Qualquer filme do acervo sairia por R$ 1,00 cada!!! Absurdo!!! Ficamos loucos, e o resultado dessa loucura será exposto conforme assistido.

Primeiro o primeiro filme que escolhemos e assistimos: Elsa y Fred. A primeira coisa que me chamou a atenção foi, enquanto olhava a caixinha do DVD, a indicação do filme: ao lado do grande "L" a descrição do tema me pareceu tão romântica - Realização de Um Sonho. E dizer que é sobre isso o filme não é simplista porque, afinal, essas personagens respiram vida... E vidas sem sonhos me parecem esperas pela morte. É assim que Elsa entra na vida de Fred, ela chega e o força a viver. Recém viúvo, 78 anos, a vida inteira trabalhando no mesmo lugar, hipocondríaco e mórbido, Alfredo se muda para o prédio no qual Elsa mora. Ela é aquilo que eu gostaria de ser quando tivesse a sua idade, louca, debochada, espontânea, risonha e tudo mais. Os dois se acabam conhecendo, ela lhe dá vida e ele lhe realiza o maior sonho... Pode parecer um filminho água com açúcar, mas encanta e tudo mais que o cinema espanhol pode dar... Histórias de amor entre velhinhos, mais intensas do que filmes da Nora Ephrom.


Depois minha companheira se rendeu ao soninho, mas eu continuei...

Agora, entretanto, estou com areia nos olhos e preciso deitar. Amanhã falo sobre "Apt Pupil"... Alguns teasers: Garoto brilhante, vizinho nazista.

Boa semana a todos ^^

Bobagens da Web ^^

Esperem meu post sobre Piaf - vou ver de noooovooo!!!!!!!!!!!!

Por agora, um site muuuuuuuuuito legal...




No Ensino Médio, diz meu Heitor, eu seria 250%...

Bom Domingo :)

Lembranças Cinematográficas

Eu tenho estado mais feliz. Porque tenho algo com que eu sempre sonhei: Alguém lembra de mim vendo um filme! E não é qualquer um, é aquela pessoa, a pessoa. A pessoa, eu sonhei tanto, quis tanto. Alguém exatamente como ele, e ele há.

Ele, sozinho em casa. Viu um filme e, porque a trilha sonora contava com duas músicas da Édith Piaf, lembrou de mim. E sentiu saudades, contou os dias e coisas...

Eu penso nele tanto, o tempo todo, lembro e relembro... Amo-o com tudo.

Sonho e sonho, e choro... Mas só um pouquinho.

Porque eu tenho sorte.

Ele me ama e lembra de mim durante um filme.

Do que mais eu preciso?

Dele, é claro.

Mas... Já o tenho ^^

E virei uma bobona sentimental...

\o/