Com Agulhas

Eu gosto de escrever, de inventar uns diálogos loucos em jantares imaginários. Eu gosto de roupas, invento uns modelos e luto pra dar as luzes, partos difíceis esses, idéias. Gosto de comprar roupas e sapatos, futilidades não, estilo próprio; não sou uma fashion victim - a vida é demasiado curta pra rótulos e embalagens estragadas. Eu gosto de café, de canecas e de planos de casamento. Gosto de mim, contudo e com tudo.

Com Canetas

Eu tenho um dois à esquerda na idade, mas não acho que sou tão velha. Chamo minha gata de nenê e dou apelidos adoráveis ao meu namorado. Eu tricoto porque me acalma, produzindo, me agradam as cores das lãs. Eu amo porque não vivo no gris, amor vivo, amo pessoas e filmes e livros e bichos. Eu tenho o Heitor, já me basta de tanto amor. Eu adoro a língua francesa, adoro as idéias parisienses e as boinas e os cafés.

Habilidades Manuais

Depois de acabar (de novo) a manta do Digníssimo Namorado fiquei sem o que fazer com as mãos. Minha mãe (aka. Fonte do Conhecimento) trabalha no período noturno em uma escola, eu ainda não sei iniciar coisas no tear e estou bem nervosa sem o que fazer. Ademais: minha meta agora é o tricô, e preciso dela em um dia de paciência pra ser iniciada (de novo) nessa arte.

Quem me conhece/presta atenção em mim no inverno sabe: eu tenho MUITAS mantas. Quantas? Deixem-me contar... Treze (eu as considero muitas), das quais somente duas não foram confeccionadas pelas mãos habilidosas da minha mãe, da minha sogra e da avó do Digníssimo Namorado. Falando da minha sogra, ela faz MUITAS mantas MUITO rápido. Agora consigo entendê-la, é difícil ficar sem usar as mãos... O Heitor que me perdoe, mas acho provável que, nesse inverno, eu passe a ocupar a ala feminina das reuniões de fim de semana da sua família – as tricoteiras. Às vezes com agulhas, às vezes com o tear – o último é bem mais prático, diga-se de passagem - , sempre tramando. Aliás, posso aprender bastante com elas, ter mais Fontes de Conhecimento (até porque minha mãe é meio esquecida :P) é sempre benéfico. E sabe o que vocês, queridos amigos, podem me dar de presente no meu próximo aniversário? Novelos de lã! É só me perguntar quais eu quero, onde comprar mais barato e etcéteras. Vou gostar bastante.

Aliás, se alguém quiser uma manta é só entrar em contato comigo. O mundo é capitalista e eu não arranjei nenhum emprego ainda, por isso vou cobrar. Mas é um preço camarada, ainda mais se vocês mesmos comprarem os novelos. – atividade essa que envolveria passear comigo em uma tarde dessas, se isso o torna mais atrativo :D

Mas como eu ainda não estou a tricotar – maldito emprego da mamãe! – hoje, pra não enlouquecer com as mãos paradas, vou tirar o molde da saia – meu próximo projeto costurístico – e talvez, até, cortar o tecido vermelho da minha ultra-charmosa-bolsa-vermelha-redonda-com-disco-de-vinil-tamanho-single (essa, meu primeiro acessório original, vai ser minha. Quando pronta, a divulgarei e até posso aceitar encomendas :P).

Desculpem se esse post foi meio capitalista, mas eu preciso alimentar meu vício por novelos. Como já disse a Sandrine, Eu podia tá mataNo, eu podia tá roubaNo, mas não, tô implorando um mísero clique. No meu caso, também imploro por míseros cliques (à direita da tela, é só clicar com o botão do meio nos links, esperar as páginas carregarem e fechar todas. Agradecida, viram?), mas espero poder deixar todos mais quentinhos e estilosos.

Construir é tão legal ^^

Bobagens da Web de Novo ^^

Eu ando ocupada me acalmando, tecer alivia o stress e me faz pensar menos em coisas ruins...

E estudando francês, porque essa atividade me faz sentir muito bem comigo mesma.

Mas, entre uma coisa e outra, eu faço testes inúteis...

A bola da vez...




You Should Be Fashion Designer



Although you're offbeat and artistic, you have a good eye for trends

You can figure out new incredible clothes to create... that will sell well!



Além dessa bobagem, eu tenho escutado árias da Maria Callas. Como essa...

Mon coeur s'ouvre à ta voix,
comme s'ouvrent les fleurs
Aux baiser de l'aurore!
Mais, ô mon bienaimé,
pour mieux sécher mes pleurs,
Que ta voix parle encore!
Dis-moi qu'à Dalila
tu reviens pour jamais,
Redis à ma tendresse
Les serments d'autrefois,
ces serments que j'aimais!
Ah! réponds à ma tendresse!
Verse-moi, verse-moi l'ivresse!

Ainsi qu'on voit des blés
les épis onduler
Sous la brise légère,
Ainsi frémit mon coeur,
prêt à se consoler,
A ta voix qui m'est chère!
La flèche est moins rapide
à porter le trépas,
Que ne l'est ton amante
à voler dans tes bras!
Ah! réponds à ma tendresse!
Verse-moi, verse-moi l'ivresse!


:)

Relacionamentos que Terminam...

Hoje eu decidi pôr um fim nessa nossa relação. Mas, preciso deixar claro, não há nada errado contigo. Eu só preciso de mudanças periódicas, sabe? Como naquele besteirolzinho “Doce Novembro”, não posso passar muito tempo assim fiel.

Antes que penses mal de mim, devo me explicar... Tu andas meio vazio, sabe? Quando nos conhecemos, transbordavas conteúdo... As coisas mudaram. Tivemos dias felizes, me senti realmente bonita, como se brilhasse. Não me fizeste nenhum mal, claro, só que os bens desse relacionamento não foram tão significativos quanto tu me deste a entender. Sim, não adianta negar, tu prometeste grandes melhoras e vida nova. Disseste como eu me sentiria melhor contigo ao meu lado. E eu acreditei em ti, mas fiquei um pouco desapontada.

É difícil introduzir alguém novo na minha vida, certamente. Mas não vou te enganar, já encontrei um substituto. Procurei bem, sou muito exigente com novidades, mas não te traí. Nunca faria algo assim, enquanto estivemos juntos fui plenamente fiel a ti. Muitos movimentos íntimos nós dois tivemos, e tu conheces a minha família bem. Só que tu sabes como eu sou, nada pode durar tanto. Eu me amo acima de tudo, e preciso pensar no meu bem-estar. Sabes como a aparência conta pra mim, e tu és de suma importância na forma como me apresento. Se resolves mentir, saio desabalada e esqueço de coisas básicas. Mas se falas a verdade, querido, nunca é por tanto tempo quanto eu desejaria. Nunca prometi fidelidade até a morte, jamais faria isso...

Mas houve um tempo de fidelidade exacerbada. Sim! Sempre com o mesmo, dia após dia. Não percebia como essa devoção doentia me fazia mal! Andava opaca, sem vida. Não era lembrada, era meio murcha... Nada viçosa, entendes? Anos e anos assim, deixada pra trás pelas minhas amigas. Mas elas não contavam os segredos para um relacionamento tão saudável... Eu também não pedia, tinha vergonha...

Até que eu acabei com aquele reinado monótono, e ganhei vida nova! Desde então, tenho procurado pelo companheiro ideal... Encontrei ótimos, sim, mas nenhum foi perfeito. Nem tu, obviamente. Sabes, tenho acreditado que não existe uma alma-gêmea. Eu preciso experimentar várias coisas diferentes, pra descobrir o que me faz bem. O que me faz bonita, confiante... E, a partir daí, poderei fazer escolhas mais sensatas e , talvez então, encontrar um parceiro para uma relação mais duradoura. Entretanto, duvido que exista, mesmo, tal perfeição.

Quero que saibas, querido, que não posso te prometer que nos reencontraremos. Mas não tirarei tuas esperanças. Quem sabe um dia? Tivemos bons momentos, repito. E todo o calor da minha vida não permite alguém tão... sensível como tu. Deverias me proteger! No entanto entendo que não o faças... Só que vou precisar te dar adeus, por favor entende o meu lado. Não somos certos um pro outro.

E, só pra constar, minhas relações de fidelidade existem. Veja-se o meu lindo namorado (quase quatro anos juntos!), e alguns amigos (Moisés, quase 6 anos, a Cris também, apesar dos nossos ‘ons’ e ‘offs’), só preciso saber que a coisa é certa pra poder me entregar de verdade. E não é contigo, Seda Brilho Gloss, que vou me amarrar. Afinal, no que concerne os shampoos, eu posso ter opiniões bem oscilantes.

Tchau, tchau... Vou tampar o lixo agora. Boa viagem!

La plus Belle Chanteuse du Quartier

Ela veio como curiosidade, a esposa nova do Monsieur Sarkozy. Soube, pela televisão e pelo Terra que fora modelo, e agora cantava. Bonita, ai que raiva de gente assim! Cada dia mais elegante, viagem ao Egito e um simplório suéter azul marinho cai nela como um tailleur Channel não cairia em uma réles mortal, roupas cinzas e uma boina - très, très chiq! Oui, elle est magnifique! Dior, Dior... - ao reverenciar a rainha da Inglaterra. Hmm, Discografias! Carla Bruni, qual é a dela cantando? Quelqu'un m'a dit, vou baixar. Pois é, escuto depois. Depois... Agora é a hora. Legalzinho, mas tenho de ir.

E eu parei pra ouvir, mesmo, hoje. De verdade, sozinha em casa, luz indireta logo depois do banho... E ela ganhou a minha alma exigente, e não só por seus ronrons. Porque ela canta docemente, se encaixa nos meus momentos e já toma conta da minha memória musical...

L'amour, hum hum, pas pour moi,
Tous ces "toujours",
C'est pas net, ça joue des tours,
Ça s'approche sans se montrer,
Comme un traître de velours,
Ça me blesse, ou me lasse, selon les jours

L'amour, hum hum, ça ne vaut rien,
Ça m'inquiète de tout,
Et ça se déguise en doux,
Quand ça gronde, quand ça me mord,
Alors oui, c'est pire que tout,
Car j'en veux, hum hum, plus encore,

Pourquoi faire ce tas de plaisirs, de frissons, de caresses, de pauvres promesses ?
A quoi bon se laisser reprendre
Le coeur en chamade,
Ne rien y comprendre,
C'est une embuscade,

L'amour ça ne va pas,
C'est pas du Saint Laurent,
Ça ne tombe pas parfaitement,
Si je ne trouve pas mon style ce n'est pas faute d'essayer,
Et l'amour j'laisse tomber !

A quoi bon ce tas de plaisirs, de frissons, de caresses, de pauvres promesses ?
Pourquoi faire se laisser reprendre,
Le coeur en chamade,
Ne rien y comprendre,
C'est une embuscade,

L'amour, hum hum, j'en veux pas
J'préfère de temps en temps
Je préfère le goût du vent
Le goût étrange et doux de la peau de mes amants,
Mais l'amour, hum hum, pas vraiment !

Garanto que ela teve de consolar o Sarky e dizer que: Avec toi, je veux l'amour! Vraiment, mon chéri!

E ela é italiana, viu? Aiai... Dá raiva, mas ela é tão hipnótica...



Menina do Violino,

Em dias como hoje, mal-preparados, eu me pergunto umas perguntas sem jeito de responder. Sobre erros, enganos, gafes. Não estamos livres de errar, nunca. Erros bobos, erros sérios. Seja repetir de ano por passar as manhãs no jardim do CEFET, seja mandar rosas vermelhas a uma mãe que acabou de perder seu filho. Uma vida sem erros seria “perfeita” demais, portanto insossa... Insossa como uma casa impecavelmente arrumada, organizada ao extremo – parece haver pouca vida ali. E como pretender não errar? Acredito na impossibilidade de uma vida linear, sem altos e baixos.

Mas a questão que me incomoda não é o erro... São os julgamentos. Por que uma pessoa vai me julgar por ter repetido o ano? Por ter desistido de um curso universitário que não cumpria as minhas expectativas? Por aprender francês em vez de espanhol? Por que uma pessoa vai virar os olhos quando amigos se referem a mim, se dizer superior? Principalmente se a tal pessoa sequer me conhece... Sequer tem a honra de me conhecer.

Tal pessoa, cujo nome não citarei, seria completamente perfeita? Sem erros? Tão boa assim? Acredito que não seja o caso, até porque pessoas bem próximas dela já me citaram falhas. Acreditaria ela que, por tocar o violino, usar roupas alternativas, pretender ser médica é melhor do que eu? E o que é melhor, afinal?

Porque, pra mim, escrever bem é fundamental. Mas pra ti, pode não ser. Pra ti, eu ter me formado um ano depois do previsto pode ser o emblema da minha burrice, pra mim foi só um pequeno contratempo... Deixa-me explicar, eu repeti de ano por problemas pessoais, depressão profunda e comportamento suicida. Naqueles dias tristes, a última coisa que me interessava eram os estudos inúteis do Ensino Médio. Procurava conforto em amigos – que foram meus antes de serem teus -, mas não encontrava. Achei que ficaria bem sozinha, mas precisei de remédios e tratamento. Melhorei por causa disso, por causa do apoio da minha mãe e porque quis. Senti muita vergonha ao repetir de ano, mas me tornei mais madura depois disso. Fortaleci... Não recomendo, mas acredito que tirei o melhor de uma situação adversa. E não sou mais burra do que seria se tivesse passado. Talvez eu seja mais inteligente mesmo do que tu, mas não vou te julgar.

Agora me sinto mais segura, meus passos não são mais tão instáveis. Ainda passei por outros problemas graves, relacionados a comida e imagem corporal, entretanto sou forte o suficiente pra pedir ajuda. Tenho apoio na minha mãe, nos meus irmãos, em poucos amigos e no meu namorado (talvez principalmente nele).

E o meu relacionamento com o Heitor me faz feliz, muito feliz. Me faz segura, ando ao lado de alguém que me ama por quem sou. Por isso, menina do violino, não me desestabilizam as tuas opiniões imaturas. Antes, elas me fazem ter mais vontade de ser quem eu sou, me dão mais determinação pra aprender as línguas que eu quero e me deixam mais confortável com todos os resultados positivos dos meus erros do passado.