Com Agulhas

Eu gosto de escrever, de inventar uns diálogos loucos em jantares imaginários. Eu gosto de roupas, invento uns modelos e luto pra dar as luzes, partos difíceis esses, idéias. Gosto de comprar roupas e sapatos, futilidades não, estilo próprio; não sou uma fashion victim - a vida é demasiado curta pra rótulos e embalagens estragadas. Eu gosto de café, de canecas e de planos de casamento. Gosto de mim, contudo e com tudo.

Com Canetas

Eu tenho um dois à esquerda na idade, mas não acho que sou tão velha. Chamo minha gata de nenê e dou apelidos adoráveis ao meu namorado. Eu tricoto porque me acalma, produzindo, me agradam as cores das lãs. Eu amo porque não vivo no gris, amor vivo, amo pessoas e filmes e livros e bichos. Eu tenho o Heitor, já me basta de tanto amor. Eu adoro a língua francesa, adoro as idéias parisienses e as boinas e os cafés.

Cabelos, chuva, umidade...

Ontem foi um dia normal, exceto pela dor de garganta.
Cortei a franja de novo na terça, ainda estou aprendendo a gostar dela... Mas acho que isso diz muito de mim, ter finalmente tido coragem de mudar mesmo os meus cabelos. Meu ótimo amigo Moisés voltou da missão e eu o vi, somente uma vez, depois de dois anos de distância. O encontrei um pouquinho diferente, um sotaque novo e o pronome pessoal referente à segunda pessoa do singular alterado... Mas ele me fez ver que eu também estou mudada. Nesses últimos dois anos muito aconteceu - óbvio -, mas o mais perceptível foi uma mudança de atitude minha em relação a mim mesma e ao mundo que me cerca. Certamente o estopim para essas diferenças foi o meu relacionamento com o Heitor... Ele me mostrou um mundo diferente do conhecido por mim, com menos pré-julgamentos e caras fechadas. Conviver com ele e com sua família me mostrou que, sim, eu posso confiar e me deixar levar, não preciso manter um pé atrás sempre... Isso construiu uma confiança maior em mim mesma, ou pelo menos ajudou.
Ele me fez perceber que eu não sou o que eu visto, única e simplesmente. Pude comprar outras roupas, mesmo que isso pareça fútil. Percebi que querer me cuidar não é uma fraqueza e que não serei menos inteligente se fizer dieta e quiser parecer mais bonita...
Quem diria, ano retrasado, que eu seria a menina que faz escova sempre que toma banho, porque precisa deixar a franjinha lisa? Aliás, quem diria que eu seria a menina a seguir as tendências e usar franja? Sim, Moisés, a Iarima de saia jeans e bata vermelho-vivo! Roupas são roupas, pessoas são pessoas e pessoas, preferencialmente, usam roupas em contextos sociais, mas eu de dezoito anos não vestiria algo assim por medo... Medo do que os outros iriam pensar. Não usaria vários produtos no cabelo, maquiagem - não preta :P - e pintaria as unhas porque isso me revelaria fútil e vazia...
Mas não é só isso o que me define, eu continuo gostando de filmes europeus mesmo que assista Transformers! Só porque eu faço escova e babyliss não quer dizer que eu não leia coisas obscuras mesmo aos meus colegas de faculdade... Eu sou culta, mas não preciso sair por aí, proclamando aos quatro ventos meu conhecimento. Isso é pretencioso.
Continuo megalomaníaca e egocêntrica, convencida e arrogante. Mas só os meus amigos mais próximos precisam saber disso.
Foi o Heitor quem me ensinou isso, instintivamente.
Cada dia me sinto mais feliz e realizada por tê-lo ao meu lado, nunca vou deixá-lo ir embora...

2 Moedas no Cofrinho:

  1. Victor Albaini disse...
     

    "Isso é pretencioso." foi uma faze dita por alguém muito mai corajosa do que quando eu conheci. E não deixe-o escapar mesmo, mas não o prenda; a liberdade, sim, é o que aprisiona, lembra sempre disso. Gosto de te ver crescer, minha sempre amiga. Te amo.

  2. Victor Albaini disse...
     

    frase*

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