Com Agulhas

Eu gosto de escrever, de inventar uns diálogos loucos em jantares imaginários. Eu gosto de roupas, invento uns modelos e luto pra dar as luzes, partos difíceis esses, idéias. Gosto de comprar roupas e sapatos, futilidades não, estilo próprio; não sou uma fashion victim - a vida é demasiado curta pra rótulos e embalagens estragadas. Eu gosto de café, de canecas e de planos de casamento. Gosto de mim, contudo e com tudo.

Com Canetas

Eu tenho um dois à esquerda na idade, mas não acho que sou tão velha. Chamo minha gata de nenê e dou apelidos adoráveis ao meu namorado. Eu tricoto porque me acalma, produzindo, me agradam as cores das lãs. Eu amo porque não vivo no gris, amor vivo, amo pessoas e filmes e livros e bichos. Eu tenho o Heitor, já me basta de tanto amor. Eu adoro a língua francesa, adoro as idéias parisienses e as boinas e os cafés.

Orgulhosamente apresento: os livros que eu NÃO li!!!

Hoje, depois do jantar e durante o espresso digestivo, eu estava a folhear a edição de agosto da revista Superinteressante. Lá, bem no início, eu me deparei com Pierre Bayard, um psicanalista e professor de Literatura francês. Ele fala sobre a não-leitura dos livros. Assim, para ele uma pessoa não precisa ter lido os clássicos da literatura da primeira a última palavra para ser culta – essa seria apenas uma forma de se ler o livro. Mais interessante, segundo Bayard, é ser capaz de correlacionar as obras e seus autores com o contexto literário, não necessariamente ler os livros todos do início ao fim. Ele fala que existe uma pressão tão grande para que leiamos muito, leiamos tudo, que acabamos com medo e preguiça de ler. Temos vergonha dos livros que não lemos e muitas vezes mentimos. Quem tiver a oportunidade de ler essa entrevista na Super, o faça. Se quiser, também, ou só a folheie. Essa também é uma forma de leitura, sabiam? Até só ouvir falar do livro já é um contato... Quem sabe eu falo mais sobre essa matéria amanhã, mas agora quero falar de minhas não-leituras e desleituras – desleituras são os livros que lemos e acabamos esquecendo...

Por exemplo, entre muitos outros, eu não li:

· Grande Sertão: Veredas – João Guimarães Rosa

· Ulysses – James Joyce

· As Ondas – Virginia Woolf

· As Palavras e as Coisas – Michel Foucault

· Quase a Mesma Coisa – Umberto Eco

· Os Lusíadas – Camões

· Os Irmãos Karamazov – Dostoyewsky

· A Caverna – José Saramago

· Jangada de Pedra – José Saramago;

· Como Falar dos Livros que Não Lemos? – Pierre Bayard

Eu esqueci de várias partes de vários livros, mas os que mais me intrigam são:

· Crime e Castigo – Dostoyewsky

· Anna Karenina – Tolstoy

· O Dia do Curinga – Jostein Gaarder

· Madame Bovary – Gustave Flaubert

· O Pêndulo de Foucault – Umberto Eco

· Esqueci dos outros...

Antes que eu comece outra lista, vou assistir de novo ao segundo episódio de Pushing Daisies.

Au revoir!

7 Moedas no Cofrinho:

  1. Blinding Angel disse...
     

    ah, eu não tenho vergonha de dizer que nãi li, até porque eu não li muito mais livros do que li, considerando a infinidade de livros que existem. E isso é o mais normal, não é?

    Sem contar que eu sou uma leitora chata, não gosto de grande parte dos livros, principalmente aqules tidos como "literatura" mesmo, gosto de coisas menos úteis e mais toscas, tipo fantasias medievais, romances policiais e ate alguns romances.

    To feliz do jeito que estou, afinal eu leio apenas por diverão, mesmo!!!

    E... festanças a caminho!!!

  2. Anônimo disse...
     

    Imagina minha vida de estudante de filosofia:
    Eu devo ler ao menos um livro de cada filosofo de cada período da história filosófica, é bem verdade que ler Nietzsche, Schopenhauer, Sartre e toda a literatura alemã me encanta, mas é nela que tem o que mais me dói, o tal Kant. Eu que sou apaixonada pelo romantismo, por Goethe e Woolf, tenho que ler tanto de Aristóteles, Santo Anselmo e esses nomes que eu detesto e ignoro a baboseira que eles escrevem, embora seja de estrema importância pra filosofia. As vezes fico triste em ter que ler Platão e não ler Humberto Manguel, sei lá...
    Tenho uma lista enorme de livros pra ler, mas agora que estou de férias estou terminando os livros da Woolf, cada vez mais apaixonada por ela.

  3. Anônimo disse...
     

    ooo Yeah, Lesbicas e cults! Que combinação..

    Vc viu o Jô! ;)


    E como estao as coisas para ti?
    Estava pensando... Talvez te diga mais tarde hehe

    Os livros não lidos... Mas lidos... Realmente não tenho o que pensar dessa teoria :S Parece ser uma coisa de lingüista.

  4. Anônimo disse...
     

    Ahhh, e eh chato quando a gente posta coisas desse tipo, neh?

    Aparece uns comentarios tao... cheios de "ui ui ui eu li"

    Afinal, filosofia nao eh o tipo de coisa que se coloca em blogs. Pq? Pq parte do processo filosofico eh a conversa com comida ^^

    Soh assim existe a Filos Sofia (amigos+sabedoria) aeueauhaeuhaeuaehuaehaeuheauaeheauheaueaheaueahuaeheaueahueaheauhaeuaeheaueahuaeheuaehuae

  5. Victor Albaini disse...
     

    E Morangos Mofados? Caio Fernando Abreu. Leste? Oeste?

    Li O Profeta pela enésima vez, antes de emprestar pra um amigo que está doente.

    Dia 2 tem dança flamenca, vamo?

  6. Conde Vlad Drakuléa disse...
     

    Pushing Daisies, delicioso seriado!
    Eu estava assistindo uma gravação rara de Columbo, um seriado de detetive antigo que eu consegui transferir para o PC, uma espécie de Monk não-obsessivo-compulsivo que enchia tanto o bandido que o mesmo no final não aguentava mais o Columbo e pedia pelo amor de Deus para prenderem ele para que assim ele se livrasse do Columbo! E durante o seriado inteiro não havia uma perseguição de automóvel (coisa que os estadunidenses adoram e eu francamente nunca entendi a graça disso..)ele era todo 'mental'... Sensacional! Ora eu também deixei de ler vários livros, e adoro romances medievais como a Cris, e essa matéria da Superinteressante parece ser excelente, vou procurá-la aqui na biblioteca do castelo...
    Concordo com a Aline, também nunca gostei muito do Kant, nem do Sartre para ser sincero, mas adoro todos os outros... Gostei do 'conversa com comida', exatamente moisés, conversa+comida+Jameson tri-destilado= muuuuuuuuita filosofia! HIC! (Desculpem a onomatocentopéia...)
    Amo todos vocês! Adorei e aprovei, Bravo Iarima, escreve mais, mais, mais, mais....... Deixa prá ler depois, escreve mais vai...
    Nhac, nhac, nhac, voei!

  7. Gafanha disse...
     

    Bovary eh bom pra caralho... Nunca torci tanto pra uma mulé toma no cú..

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