Com Agulhas

Eu gosto de escrever, de inventar uns diálogos loucos em jantares imaginários. Eu gosto de roupas, invento uns modelos e luto pra dar as luzes, partos difíceis esses, idéias. Gosto de comprar roupas e sapatos, futilidades não, estilo próprio; não sou uma fashion victim - a vida é demasiado curta pra rótulos e embalagens estragadas. Eu gosto de café, de canecas e de planos de casamento. Gosto de mim, contudo e com tudo.

Com Canetas

Eu tenho um dois à esquerda na idade, mas não acho que sou tão velha. Chamo minha gata de nenê e dou apelidos adoráveis ao meu namorado. Eu tricoto porque me acalma, produzindo, me agradam as cores das lãs. Eu amo porque não vivo no gris, amor vivo, amo pessoas e filmes e livros e bichos. Eu tenho o Heitor, já me basta de tanto amor. Eu adoro a língua francesa, adoro as idéias parisienses e as boinas e os cafés.

Para Aline, mais um presente

Hoje a Aline e eu conversamos por horas. Ela falou uma coisa que me lembrou esse trecho do Grande Sertão: Veredas. Aqui vai, pra ti, outro presentinho literário:

"Hem? Hem? O que mais penso, texto e explico: todo-o-mundo é louco. O senhor, eu, nós, as pessoas todas. Por isso é que se carece principalmente de religião: para se desendoidecer, desdoidar. Reza é que sara da loucura. No geral. Isso é que é a salvação-da-alma... Muita religião, seu moço! Eu cá, não perco ocasião de religião. Aproveito de todas. Bebo água de todo rio... Uma só, para mim, é pouca, talvez não me chegue (...) Tudo me quieta, me suspende. Qualquer sombrinha me refresca."

Bem, como nós não somos religiosas, só com rezas de outros pra “desdoidarmos” um pouquinho.

E saiba que, se eu rezasse, tu estarias nas minhas orações. Também peço de aniversário vários outros encontros contigo, que envolvam ou não lãs e cafés melados, aparecimentos involuntários em propagandas do PSol e pingos esparsos em tarde fria.

5 Moedas no Cofrinho:

  1. Anônimo disse...
     

    Qualquer reza boa me serve, seja o despacho na encruzilhada ou o terço com a vela de três dias de uma tia bem velha.

    Adorei o trecho do livro, muitas horas estão por vir...
    (aperta o olho e respira bem fundo antes de soprar as velinhas)

    E vou querer polainas de presente ;)
    Agora pidona, pidona xD

  2. quem escreve disse...
     

    Linda demonstração de amizade: "se eu rezasse, tu estarias nas minhas orações."

    Iarima, você demonstra ser uma pessoa especial.

    Esqueça, se por acaso, fez no passado algo que não te agrada hoje. As coisas passam. E a gente aprende.

    Que todas nós possamos endoidar e desdoidar de vez em quando. esse processo é preciso.

    Abraços!

  3. Conde Vlad Drakuléa disse...
     

    Eu também, bebo água de muitos pescoços, digo, rios, he,he, bravo tecelã, belíssimo trecho, a benção Guimarães Rosa, e a benção Iari, tu que como o maestro Antonio Carlos Jobim, "Une a ação, ao sentimento, e ao pensamento"!!! Como nós fomos sortudos em encontrar uma Aline Frau Ringa, debaixo de uma marquise seria??? Em um dia de chuva também?? perdida e adotá-la como nossa amiga, para sempre em nossos corações e mentes!!! Que vontade de estar com estas duas, da próxima vez dêem uma olhada nos cantos do teto e se tiver algum morceguinho lá parado, deixem estar, ele está apenas escutando deliciado a filósofa e a costureira, tecendo e resolvendo, rindo e bebendo, enfim vivendo... Acho esses programas políticos sempre muito engraçados, são bons para se dar boas risadas, mas da próxima vez que ver um programa do Psol na TV, será que conseguirei identificar com meu sonar de morcego a tecelã e a filósofa entre os blowcheviques e camaradas?
    Vocês duas se metem em cada aventura!!! Em breve, "As Aventuras de Iarimá Jones, A Tecelã das Agulhas Perdidas e Depois Achadas, e Aline Bond, com permissão para tricotar" em aventuras inusitadas por Pelotas-City, huáhuáhuá, acho que vou aprender a me "desdobrar", me "irradiar", é uma técnica espírita que imita nosso sono habitual, meu corpo dorme aqui, e usando meu outro corpo espíritual dou um pulo até aí... No caso eu seria um... "fantasma"??? Mas como, um "fantasma vivo"??? Mas é verdade, teve um médium, o Eurípedes Barsanulfo, que fez um parto desse jeito... Enfim, um beijo amada Iari, quero mais, quero mais, quero mais!!!! EEEEE!!! Sou bobo mas sou feliz! Au revoir e beijos!

  4. Unknown disse...
     

    Sobre ratinhos:

    Não tenho nojo de ratos, tirando aqueles marrom-cocô. Estou pensando em comprar um Hamister mas, ainda não sei bem quando. Pensei em um ratinho parecido com Stuart Little mas, cor-de-mel e com perfume de hortelã.
    - a vovó da amiga da mãe usava um cachecol de muitas cores. Só não lembro direito quais são elas. ^^

    Sobre "Sertões Veredas":

    Sabe que até tenho o livro mas, nunca passei das primeiras páginas. Quando o encontrei nos velhos guardados do sotão, já fazia cursinho e tinha muita coisa pra ler. Logo veio a filosofia que ocupa a maior parte do meu tempo. Gostaria de ler mais. Vou apontar em minha lista de tarefas para as férias. \o/

    Gosto de café sem açúcar.

    beijos!

  5. Unknown disse...
     

    =) 12 é!

    \o/

    mas, o livro é bem interessante, pelo menos eu acho.

    Já anotei aqui: "Gande Sertões Veredas" nas férias.

    Quem sabe na viagem de 7 dias que vem por ai...

    ^^ beijo

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